Sobre:
Rodoanel Mário Covas – projeto paisagístico do trecho Oeste – São Paulo(3.800.000m2 – 2005)
Extensão de 33,5 km. O projeto foi elaborado considerando que a leitura da paisagem feita a uma velocidade média de 100 km/h. Realizaram-se diversos estudos para verificar, nesta velocidade de navegação, a que distância um elemento adentra espontaneamente o campo de interesse do viajante e quanto tempo leva até que esse elemento ultrapassasse o campo de visão. Constatou-se empiricamente que essa distância é de aproximados 300 metros e que o tempo transcorrido nesse trajeto é de 18 segundos. Tomando-se por base essa referência, o projeto foi elaborado como se fosse um filme, composto por diversos “fotogramas” de paisagem com extensões mínimas de 300 metros. Imaginou-se paralelamente uma outra leitura: como se fosse uma sinfonia onde as cores, formas e volumes preencherão de sonoridade visual a paisagem observada. Os trechos de estrada compostos por aterros serão repovoados por espécies vegetais nativas e os de corte, escalonados, por composições florísticas. Os túneis e alguns retornos funcionarão como contrapondo, repetindo a intervalos imprevistos uma cascata de plantas floríferas trepadeiras ou grupos de árvores de grande porte (como paineiras, por exemplo) a imprimir dramaticidade na paisagem percorrida. Nos entroncamentos com rodovias, locais de amplitude visual, o paisagismo escalonado das encostas criam um grande cenário de fundo para que palmeiras e árvores e arbustos floríferos desenhem nos grande planos, formas livres na paisagem, libertas da formalidade rígida das encostas rodoviárias.
Rodoanel Mário Covas – consultoria paisagística do trecho Sul
Elaboraram-se estudos ambientais e topográficos com o objetivo de minimizar o impacto sobre o meio ambiente e principalmente a fauna silvestre. Adotoaram-se como referência os trabalhos realizados no Parque Nacional Banff em Alberta, no Canadá. Nele, o trânsito dos animais foi exaustivamente analisado e proposta uma série de medidas para garantir a manutenção das trilhas e seu livre fluxo apesar da existência da rodovia.
Para tanto considerou-se a importância de evitar os taludes rodoviários geometrizados, dando preferência a conformações arredondadas e orgânicas para facilitar a circulação dos animais e obter conformação aproximada à paisagem natural.
Definiram-se também conceitos sobre a circulação de animais silvestres indicando a importância de registro e observância das principais trilhas existentes para a criação de túneis de passagens de fauna a intervalos correspondentes às necessidades de cada grupo de animais.